2 de dez. de 2012
natural
finja ser do homem
tudo que for seu
o desespero de ontem
é medo amanhã
gritará:
-aqui todo mundo anda mal
cadê meus amigos do peito
ninguém mais é normal
ninguém entende meu jeito
assim se verá monstro
numa jaula com monstros
não mais humanidade
após tomar a própria mente como universo
naturaliza a própria subjetividade
e acaba sem entender nada
naturalmente
23 de nov. de 2012
adendo à qualquer subjetividade
(o motor fundamental de toda ilusão e não-ilusão e desilusão
é nada mais que uma pequena parte de todo o resto
infinidade de motores
organizados em diferentes níveis de entendimento)
é nada mais que uma pequena parte de todo o resto
infinidade de motores
organizados em diferentes níveis de entendimento)
se
se alguma coisa existisse
ela seria assim
nem o tarde
nem o triste
o mundo seria assim
sem ontem sem onde sem nada
como hoje
seria como não pudemos fazê-la
se alguma coisa existisse
ela seria assim
nem o tarde
nem o triste
o mundo seria assim
sem ontem sem onde sem nada
como hoje
seria como não pudemos fazê-la
se alguma coisa existisse
17 de nov. de 2012
não consigo
Mundo é como mundo é
A vida não me fez mago
E nem me fez muito
Não posso te proteger do universo
Nao consigo te proteger nem de mim
Universo e eu
Que insistimos em te consumir
O que me consome junto
E quem mais você conhece também
Todo mundo sugado e jogado de cara na parede caiada da realidade:
o nada existir, a falta de causalidade, destino ou justiça
(justiça: conceito bobo das gentes)
Eu queria te ser só calmaria
Você deitada flutuando num rio eterno de leite e mel
Mas mundo é como mundo é.
A vida não me fez mago
E nem me fez muito
Não posso te proteger do universo
Nao consigo te proteger nem de mim
Universo e eu
Que insistimos em te consumir
O que me consome junto
E quem mais você conhece também
Todo mundo sugado e jogado de cara na parede caiada da realidade:
o nada existir, a falta de causalidade, destino ou justiça
(justiça: conceito bobo das gentes)
Eu queria te ser só calmaria
Você deitada flutuando num rio eterno de leite e mel
Mas mundo é como mundo é.
5 de set. de 2012
tudo que sou
em 1143 páginas de um tratado com capa dura editora internacional que custou os olhos da cara
em alguns textos que nunca escrevi
e livros que não consigo entender
o que sou no mundo
do mundo
e não me entendo
pois preso na minha mente, não vejo
além da própria mente
mente que vejo com dificuldade
o que existe como dificuldade
que sou
a dificuldade de tentar
e a facilidade das escolhas fáceis
do errado
que sou
errado que sou
a violência também
existo na violência
tudo que fingi ser
pra dizer que não fui violento me justificar perante os outros você o mundo como ser humano passível de erros sem escolha vivendo jogado no acaso evolutivo tendente ao absurdo
justificar a irrealidade
as escolhas erradas
e o universo inteiro de possibilidades humanas descartadas
pela facilidade de me tornar monstro
tudo que sou
estampado em camisetas de pedestres pedindo carona na beira da estrada eu passo sentindo dó
eu sou
o sol que brilhou o farol do caminhão atrás de mim que tenta me atropelar mas não pode por ser desrespeito a deus
sou eu
tudo
e ainda assim
não me vejo
não me sinto
as coisas que me atravessam
ou das quais tento me proteger
tudo que sou
mas que não consigo ser
14 de mai. de 2012
tenta escrever o que te dói e vê o que sai de ti
sangue? passou o tempo, não sagra mais
ódio já não sente, não é capaz
me sobra apenas a certeza de que o que não vivi
era bem mais importante pra mim
do que o que consegui juntar em duas décadas e um ano
porque vivi bem pouco
e menos ainda do que deveria
porque não vivi soberano
e
se tento escrever o que me dói
nada dói mais
(além talvez da falta de dor, da sutil saudade e das coisas que arranham a garganta, os gritos que não me possibilito gritar e o suor frio que me desce a nuca quando penso em ti)
e se doem, doem calados
porque já não me deixo falar
porque se forem gritos de condenados
eu os condeno a só murmurar
10 de mai. de 2012
"Aos quatro cantos o seu corpo
Partido
Banido
Aos quatro ventos os seus quartos
Seus cacos
De vidro
O seu veneno incomodando
A tua honra
O teu verão
Presta atenção
Partido
Banido
Aos quatro ventos os seus quartos
Seus cacos
De vidro
O seu veneno incomodando
A tua honra
O teu verão
Presta atenção
Aos quatro cantos suas tripas
De graça
De sobra
Aos quatro ventos os seus quartos
Seus cacos
De cobra
O seu veneno arruinando
A tua filha
A plantação
Presta atenção
De graça
De sobra
Aos quatro ventos os seus quartos
Seus cacos
De cobra
O seu veneno arruinando
A tua filha
A plantação
Presta atenção
Aos quatro cantos seus ganidos
Seu grito
Medonho
Aos quatro ventos os seus quartos
Seus cacos
De sonho
O seu veneno temperando
A tua veia
O teu feijão
Presta atenção"
Seu grito
Medonho
Aos quatro ventos os seus quartos
Seus cacos
De sonho
O seu veneno temperando
A tua veia
O teu feijão
Presta atenção"
2 de mai. de 2012
9 de jan. de 2012
Viagem de onde
pra ontem eu quero
de onde de onde
viagem de onde?
o ontem destino
o onde é passado
eu espero chegar
o busu atrasado
eu espero vencer
eu queria ser eu
se eu soubesse me ser
seria talvez alguém
o fim do caminho
é o inicio de outro
o fim dos tempos
é só o fim dos tempos
e mais nada
se deus me dissesse
qualquer coisa, diria
meu filho, quanta bobagem
você vê como tristeza
mas onde vê alegria?
qualquer dia monto
um cinema
construo piscina
construo uma igreja
fundo um vilarejo
faço uma cerveja
desço até meu enterro
vejo meu porão
qualquer dia eu espero
poder construir
uma cidade, um lar
de onde não possa fugir.
pra ontem eu quero
de onde de onde
viagem de onde?
o ontem destino
o onde é passado
eu espero chegar
o busu atrasado
eu espero vencer
eu queria ser eu
se eu soubesse me ser
seria talvez alguém
o fim do caminho
é o inicio de outro
o fim dos tempos
é só o fim dos tempos
e mais nada
se deus me dissesse
qualquer coisa, diria
meu filho, quanta bobagem
você vê como tristeza
mas onde vê alegria?
qualquer dia monto
um cinema
construo piscina
construo uma igreja
fundo um vilarejo
faço uma cerveja
desço até meu enterro
vejo meu porão
qualquer dia eu espero
poder construir
uma cidade, um lar
de onde não possa fugir.
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