23 de mai. de 2009

ode à mentira

nessa vida de várzea
onde és a água que nos mata a sede
mas também que nos afoga,
carrego por ti um grande apreço
(e, é claro, certo desprezo)
dizem as más línguas que você nos nega
quando te usamos sem permissão
e se vinga com um ódio de estimação
que só você nos reserva.

1 de mai. de 2009

câncer

Que impotencia:
eu rego as plantas
as que podem sobreviver
violetas desse apartamento
que ar macabro, de aspecto final.

E me deixa com uma tristeza
quando entro na melhor casa do mundo
só sinto cheiro de morte
em tudo que lhe é oriundo.