17 de dez. de 2008

Cia. do Chocolate

Se eu pensasse alguma coisa, eu te juro, te contaria
Infelizmente não penso nada, e o nada nunca te serviria
O remorso a remoer e o desalento a se alojar
Como peixes no pensamento que não passa de outro mar
Diferente do mar primeiro, que ousou te separar
Em meados de Janeiro de quem já foi o seu chorar

O passado à Ele, guardado na caixa de chocolate
No fundo do armário. A lembrança escarlate
Que um dia correu na veia, mas agora só mantém-se viva
Na memória, essa teia, infelizmente pra sempre ativa.

11 de dez. de 2008

Se o prazer não é eterno
e só a glória aqui dura
não jazerei na cela escura
por vosso céu, meu inferno

no que vos diz respeito
nada digo a não ser O jeito
mal feito desse último terno.

28 de nov. de 2008

A margem está longe, a distância já é impossível
Fora algum borbulhar, nada mais ali é audível
Onde, quando foi dito que é ruim assim ir?
Gosto tanto de imaginar o grito mudo
A que os pulmões vai exaurir
Mesmo que soubesse nadar
Eis aqui a morte abafada
Não há o que salvar
Tal nado, nada
Oh!...

28 de out. de 2008

doo la doo dee la

do lado de lá
só sei se sou só
emaranhado no mundo de lã
e perdido sem redor.
quem te permitiu sorrir?


quem quando canta nao quer
saber o sabor do som?

e quase me cai o queixo

te ver mudar o tom.


tem peso viver de viés
ou é mais leve que a tua cruz?
não desista só porque desisti
de tentar ser aquilo que assumi.

morbidade

Será que sou o único errado? Acho muito engraçado
Porque vejo pessoas sempre histéricas ao comentar
Que um felizardo jovem foi finalmente aniquilado
Como se não fosse uma dádiva, mas algo a se lutar
E aí eu pergunto, responda ó Deus
Se não sofre ninguém, quem consola os meus?

Então faça-me o favor, desestabilize meu humor
Retire meu remédio, me jogue do sexto andar
Ou por causa do gás do prédio, me dê um lindo tumor
Daqueles que se vê na tv, pra dar às pessoas um falar
Porque eu me apego, eu gosto é do mórbido
Porque eu quis morrer e o grito não foi ouvido

Quanto mais melhor, pior é melhor
Porque não canso: adoro, amarelo e sem cor pela manhã
Bege no almoço, branco pra dormir sem dor
E um óbvio pra evitar a morte, uma luta vã
Mas eu não ligo mais, não. Já me achei caído
O amor perdeu a esperança e a vida o sentido

Mas não acredite em mim
Me tira daqui
Me salva aí, vai
Isso tem que ter fim.

17 de out. de 2008

inpramin

'in pra mim?'
-isso durou quase um mês-
'é claro, amor'
uma tentativa, duas
no máximo três
Afroxa o cinto
agora não te conheço,
não sou seu, nem você minha
és só sua
Então aproveita.
Daqui a pouco você não é de ninguém, mas é escrava
com a mesma agua que correu na veia, se lava
'sua mãe vai ligar, tá tarde, melhor irmos agora'
'pegou tudo?'
'peguei, vamo embora'

11 de out. de 2008

Clarisse em giz

Estou cansado de ser
No mais, estou indo embora.

22 de ago. de 2008

O nada

O nada me invade como sei lá o quê
Quando você passa por mim e eu por você
E o máximo que há é aquele olhar triste
Que podia ter sido mais, e o mais não existe

Mas aí me lembro daquilo que ficou
Só assim me sinto todo, completo
Lembro de tudo aquilo que a gente passou
E de tudo aquilo nosso que é secreto

Então eu faço poesias meio sem porquê
Pois atualmente é quase só na escrita
Que eu me encontro com você.

Soneto ao traficante

Consegue se lembrar do Adriano?
Se, por um acaso, você o vir
Diga que não passou nem um ano
E a saudade pode me consumir

Se a grama é mais verde ao lado de lá
Diz que não quero bicarbonato
E preciso da erva pro meu chá
Mas quero boa, não desse mato

Pergunta como vai prole e mulher
E por 30 gramas, quanto ele quer
Porque sei lá quando vou precisar

Peça que perdoe a intromissão
O agradeça mesmo, de coração
E diga para nunca mais ligar
Nosso amor parece frágil, machucado
Eu queria saber fortalecer
Fazer valer o dedo marcado
Que só existe pra quem sabe ver

Como eu faço pra te mostrar
Que apesar de ter mudado
Eu sempre vou te amar
Com meu ar de atrapalhado

Posso ser destraído, mas cego não
Posso ter errado, irreversível não é
E eu daria toda a minha razão
Pra você retomar um pouco de fé

E um dia isso tudo vai passar
Vamos poder nos ver.
Valerá todo penar,
Valerá todo sofrer.


~06/08

21 de ago. de 2008

Waste

I tried to give a chance
You threw it all away
But now I'm sick and tired
Of trying to make you stay

I stayed up all night
Waiting for your call
What a nice surprise
Phone didn't ring at all.

Your time

At first you seem cold
But then your heart unfold
I'm not afraid anymore

Who's so good and old
Will one day sure be told
That we're together like before

We do have our walks
We do have our talks
But we just can't be seen

Will we fight the gods?
Will we defy the odds?
'Till you turn eighteen

Have we to part?
'Cause by their chart
Our love is wrong

Now its your time
And I feel fine
I'll get along

I give you my love
You'll fly far above
Than me or this song.

05/08/08

7 days forgotten in 3 minutes.

I can say I wasn't weak
I was strong for one week
But I couldn't keep it, I gave up
I wanted to feel the blood
It felt so good, I have no words
I had forgotten this feeling
Although afterwards it feels so bad
At the time it's just healing.


~05/08

Só uma idéia...

Tive uma idéia ruim
Será que você teve também?
Mas ela pode servir pra mim
Quando eu tiver sem ninguém

Vou pegar nossos amigos todo dia
Só pra não sentir a dor
Que a sua falta me faria

O oeste me chama
Amor, eu vou morrer.
Eu sei, desculpe o drama,
Não sei o que fazer
Porque se continuar assim
Eu nunca vou aprender.

~05/08

17 de ago. de 2008

Já te falei?

Já te falei?
Você é acima de tudo minha única e melhor amiga.
Não há nada que ao teu lado eu não consiga

26 de jun. de 2008

Epitáfio

Se eu saio da vida agora
É para exatamente
Não entrar pra história
Que acho tão decadente

Não sou mais por ter tentado
Nada valeu a experiência
Já sonhei tanto em ser ato
Por ter sido só potência

Não tenho poder algum
E me reservo insignificante
De natal eu já quis Valium
Ou dez gramas do estimulante

Queria de muitos ter me afastado
Só pra ter sido sozinho
Pra, quem sabe, ter sido espetado
Com a sublime dor do espinho

Já fui feliz só quando triste
E agora que o mártir acabou
Percebo que do que existe
Pouco valeu e menos ficou

Mas tudo mesmo que já quis
Era poder ter confiado
O que já foi desenho em giz
Agora é somente borrado