Cada dia que passa
me dizem que eu
só bebo porque não sei quem sou.
'Besteira', respondo,
sei que me deu...
Sei quem errou
e não foi você.
Não. Eu sei que não foi.
Outro dia, outro copo
quase sempre é sempre dia
pouca noite: agonia.

Me perguntei o que era ele,
bobagem... eu já sei:
ele é eu
três anos atrás
é eu feliz,
é eu em paz...
será?
Te entendo até:
não me querer,
me duvidar,
nos atrasar...
eu não entendo é eu:
achar que dava pra ser assim
qualquer coisa pra você
pra qualquer alguém
e até pra mim.

mal amado,
bem comido

eu odeio que eu odeie eles
e eu gosto que você goste deles
você é assim
eu sou assado
e acredito quando diz pra mim
que a gente nunca é errado

Meu deus, meu deus, meu deus
por que não me ensinou a viver?
é que não vejo longe o dia
em que o inevitável vai acontecer
alguém vai me fazer merda e eu vou desistir
vou entrar no meu quarto e nunca mais vou sair

vejo esse dia em breve, vejo já
estou há muito por um fio
de deixar o vil pra lá
e sobreviver só de vazio
algo vai acontecer e não vou querer mais sentir
vou entrar pro meu quarto e nunca mais vou sair

imagino nesse futuro
tristeza mas menos dor
escrever sempre menos
e sempre com menos cor
os dias me deixarão só, eu sei que isso vai vir
então entrarei pro meu quarto e nunca mais vou sair.

De você lembro tão pouco
um pouco da barba
menos da voz
era até rouco
devia ser do cigarro
que nunca ficou entre nós

Você me deu um óculos amarelo
eu mal sabia então
o nosso maior elo:
passar a água e pão
dois anos de inverno:
um tentando esquecer
outro fingindo que não

Quinze anos depois
vejo um retrato
(preto e branco até)
onde nós dois
eu com sono, você café
disfarçávamos o ato
levamos a árvore
mais lindo pinheiro
só podíamos roubando...
você não tinha dinheiro.

you're cute as a tiger,
smart as a cat,
silly as a dog
and I don't regret-

you're nice as a dolphin,
just like a cat,
cool as a leopard
and I don't regret-

no, I don't regret
a second with you
you know who I love...
do you love me too?

brasil

Somos assim mesmo
verdes de esperança
desgraçada que até hoje
dura e dura, não morreu.
Amarelos só de usura
e o azul, que triste azul,
o azul que só; sou eu.

Pra quê chuva
se você só pensa na seca?
Pra quê dolantina
se não tem mais enxaqueca?
E pra quê tudo isso
se tudo que me deu
não fez de nós compromisso;
o que fez de nós só morreu.