24 de out. de 2009

acho que foi assim ó
te via há um tempo na rua
e nos quartos
mas nunca nos falamos
e comecei a ir atrás de você
conversamos você gostou
de mim
eu já gostava de você mas menti
falei que não nunca tinha reparado
em você como você chama?
daniela nossa foi destino?hahaha
fiquei sem graça de te falar na cara que não
disse deve ser sorte
você disse sou muito sortuda
eu disse só ter fé ser otimista
e quando perguntou você é?
eu teria dito que sim claro sou otimista
mas já tinha estourado minha cota de absurdos
não
foi quando sorriu de verdade:
também não
eu tinha te visto antes
e eu vi você me seguir
e eu deixei você me achar
e quer saber?
até que foi legal

cansaço do retirante imaginário

se foi com o vento que vieste
se foi do norte que tiraste
o anseio do momento
o desejo de ser forte
onde foi que tu botaste
diz-me então
a mala de sofrimento
a bíblia da sezão

22 de out. de 2009

não te amo
não me ama
não amamos ninguém
mas queria que me amasse
e queria te amar também

21 de out. de 2009

por que inda tento?
já passou o que quero
já passou do que aguento

19 de out. de 2009

vou dizer a verdade
não faço prosa
porque não tenho idade
olhando pro maço digo
querido cigarro
precisamos conversar
confesso:
as vezes penso em parar
não sei porquê
o problema sou eu
juro que não é você
querida
vou parar de mentir:
só faço poesia
pra te ver sorrir

17 de out. de 2009

não conseguia dormir
acho que por dois meses
aí cansei mudei
de cama
mudei de mulher
de travesseiro de
quarto
de horário de deitar
mudei de remédio
marca de cachaça
cheguei a mudar de pensamentos
que penso deitado insône
mudei de tristeza
felicidade
e de agonia
só não mudei de alma
mas se ajudasse
eu mudaria

16 de out. de 2009

namoradinha greenpeace

depois que te conhecí
ando tendo a impressão
de que todos os cigarros
sou eu quem joga no chão

15 de out. de 2009

canção do exílio catatônico

minha mente tem figueiras
que dão frutos de araçá
as pedras aqui gorjeiam
elas nem sussurram lá

meus pensamentos são cigarros
que guardei no mesmo maço
quanto cheguei na beira deles
não arrisquei nem mais um passo

o meu ego tem montanhas
gigantes de pão de
meus amigos cá são picos
lá vales de gente só

minha vida tem dez mares
grande verde azul de chá
eu prometo deus que eu morro
se me tirar de cá